Até dia 8 de Maio está, na Biblioteca Municipal, uma exposição bibliográfica sobre Alberto Sampaio, composta por painéis explicativos que têm como novidade o facto de serem elaborados em dois níveis de leitura, um para adultos, outro para crianças, na metade inferior, onde a leitura é acompanhada pelas mascotes Berto e Roberta.Alguns exemplares do vasto espólio de mais de 500 livros de Alberto Sampaio, que a família doou ao museu de Guimarães com o seu nome, completam esta exposição, que abriu ao público na passada sexta-feira, à noite, e que se insere na Festa do Livro e da Leitura, organizada pela Biblioteca Municipal para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil e o Dia Mundial do Livro.
A inauguração fez-se com uma visita guiada pela directora do Museu Alberto Sampaio, Isabel Fernandes, que referiu que esta exposição pretende divulgar o historiador, o homem e a sua obra ao público adulto e também aos mais jovens, salientando a importância da colaboração prestada pela Biblioteca da Póvoa ao Museu Alberto Sampaio, no ano em que se assinalam os cem anos da morte desta importante figura do século XIX português. Recorde-se que a Biblioteca já tinha sido escolhida, em Dezembro passado, para uma sessão de apresentação do livro “História de Alberto”, de Emília Nóvoa Faria, ligada ao programa de iniciativas que assinalam o centenário da morte de Alberto Sampaio.
E foi também Emília Nóvoa Faria que, na abertura da exposição, esta sexta-feira, apresentou a palestra “Alberto Sampaio, o historiador das Póvoas Marítimas”, na qual revelou os resultados das pesquisas que tem vindo a realizar sobre o historiador, que nasceu em Guimarães, em 1841. A intervenção de Emília Nóvoa Faria levantou um pouco mais o véu sobre o autor de As Vilas do Norte de Portugal, uma das mais importantes obras da historiografia regional portuguesa.
Os pais e o seu papel na educação de Alberto Sampaio, a carreira académica, na Universidade de Coimbra, a profunda amizade que construiu com Antero de Quental, a advocacia, em Lisboa, que abandonou para retornar à casa de Boamense, onde se dedicou à vitivinicultura ao ponto de vir a ter vinhos premiados internacionalmente, e a sua entrega apaixonada aos estudos agrícolas e investigações históricas, sobre tudo isto falou Emília Nóvoa, numa concisa abordagem em que revelou ainda a ligação de Alberto Sampaio à Póvoa. Uma ligação afectiva e familiar, tendo sido a Póvoa a terra de nascimento de muitos dos seus sobrinhos. Aqui estava também Rocha Peixoto, com o qual estabeleceu amizade e a Póvoa, como não podia deixar de ser, é abordada na sua obra As Póvoas Marítimas do Norte de Portugal. O profundo conhecimento pessoal que tinha da realidade minhota, aliada a uma vasta erudição, que perpassa toda a sua obra, são, na opinião de Emília Nóvoa os dois factores que fazem de Alberto Sampaio um caso raro na historiografia das vilas e cidades portuguesas. Com base nesta exposição, o serviço educativo da Biblioteca vai proporcionar várias actividades dirigidas ao público infanto-juvenil, com o intuito de divulgar a vida e a obra deste historiador. Haverá visitas guiadas à exposição, acompanhadas por um guia de exploração, criado para o efeito e intitulado À descoberta de Alberto Sampaio, e será promovida uma oficina do livro O que descobri de Alberto Sampaio, na qual cada criança construirá um livrinho para registo de elementos da exposição. Foram produzidos dois catálogos bibliográficos: Alberto Sampaio – uma vida, uma obra (para o publico infanto-juvenil) e Alberto Sampaio e a Póvoa de Varzim (para o publico adulto).
Se precisa de Agência de design gráfico pode ver a Livetech