O mercado angolano será uma das próximas apostas da indústria portuguesa de calçado que, em Julho, organiza uma missão de prospecção aquele país e vários encontros de negócios com potenciais operadores e importadores.
Segundo refere a Associação Portuguesa dos Industrias de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), as exportações de calçado português para Angola têm vindo a aumentar progressivamente e cresceram 71 por cento em 2007, para 13 milhões de euros.
“É um mercado que perspectiva um interessante potencial de crescimento”, sustenta a associação na edição de Março do seu jornal, recordando os seus 12,3 milhões de habitantes e as taxas de crescimento anuais superiores a 9 por cento.
Já com mais de 30 empresas portuguesas pré-inscritas, a missão empresarial a organizar em Julho a Angola inclui uma visita à Feira Internacional de Luanda (Filda), que decorre de 10 a 15 de Julho e tem já confirmada a presença de mais de 400 empresas da Alemanha, Brasil, China, Espanha, França, Holanda e Portugal.
Paralelamente à visita à feira, a APICCAPS promoverá, em conjunto com a delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Luanda, vários encontros de negócios com potenciais operadores e importadores de calçado locais.
O objectivo, adianta, é “aprofundar o conhecimento da nova realidade angolana”.
Além de Angola, também a Rússia e o Japão, em tempos dois dos mais importantes mercados para a indústria portuguesa de calçado, serão alvo de particular atenção. “Por motivos diferentes, na década de 90 a importância relativa da Rússia e do Japão foi sendo reduzida, mas a nova realidade destes dois importantes mercados revela que é tempo de regressar”, sustenta a associação.
Actualmente, os dois países juntos representam cerca de 16 milhões de euros nas exportações portuguesas de calçado. Segundo a AICEP, “a Rússia é um enorme mercado em perspectiva para as empresas que ofereçam produtos de qualidade e design modernos”, constituindo o aumento do poder de compra “uma boa oportunidade”.
Para a delegação local da AICEP, citada pela APICCAPS, as empresas portuguesas deverão assim “privilegiar a aposta na qualidade e no design, preparar um dossier completo sobre os produtos antes de começar as negociações com os distribuidores russos, possuir um pequeno estudo sobre o sector e registar as marcas ou, em casos específicos, embalagens em cirílico para poder reclamar em caso de contrafacção”.
A entrada no mercado, explica, deve processar-se “preferencialmente através do contacto com instituições nacionais instaladas como a AICEP e a Embaixada”, enquanto a participação em feiras do sector “deve ser acompanhada por um “follow up” posterior”. “As questões logísticas, designadamente os transportes, devem ser devidamente acauteladas, e as empresas devem ser exaustivas na análise das condições de pagamento”, acrescenta a APICCAPS. Segundo os dados da associação, em 2007 Portugal exportou para a Rússia 535 mil pares de calçado, no valor de 13 milhões de euros, menos 8,2 e 5,3 por cento, respectivamente, do que em 2006.
O preço médio do calçado exportado para a Rússia registou, contudo, um aumento de 3,1 por cento, situando-se agora nos 24,92 euros. Apesar do recuo das exportações para aquele país, são já algumas as marcas portuguesas a investir no mercado russo através da criação de empresas comerciais, como a Aerosoles, Eject, Fly London e Men’s Devotion.
Já o mercado japonês representa, segundo a APICCAPS, “uma nova oportunidade” para o calçado português, sendo já visíveis, embora ainda não “consolidados”, os sinais de regresso a este destino de exportação. No âmbito desta aposta, seis empresas portuguesas – Adventure Boots, Eject, Harlot, Moshion, Softwaves e Tattuagi – participam de terça a quinta-feira na feira ISF, em Tóquio. Para o mercado nipónico, as exportações de calçado português soaram 96 mil pares, no valor de 3,2 milhões de euros, no ano passado, o que representa uma subida de 3,4 por cento em volume e de 14,21 por cento em valor face a 2006.
Conforme destaca a APICCAPS, o Japão é o mercado onde o preço médio do calçado português é mais elevado, tendo aumentado 10,5 por cento em 2007, para 33,99 euros.
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