O presidente da direcção dos bombeiros de Arouca, José Artur Gomes, criticou hoje a forma como o Estado tem tratado as corporações de bombeiros, aconselhando os responsáveis a repensarem a política para o sector.
Segundo o dirigente, “existe equipamento a mais no país, mas este falta quando é necessário devido a uma deficiente organização”.
José Artur Gomes sustentou que “continua a haver muito dinheiro envolvido em projectos para bombeiros e Protecção Civil, mas está mal distribuído”.
“Precisamos de alguém na administração central capaz de repensar a estrutura, tornando-a mais eficaz, pois este tem sido um problema dos sucessivos governos”, frisou.
Arouca é um dos concelhos de maior risco de fogos devido à sua vasta mancha florestal, onde se inclui grande parte da serra da Freita, que integra a lista nacional de sítios da Rede Natura 2000.
“Num caso de incêndio em Arouca não me interessa que estejam em Lisboa mobilizados autotanques, pois quando aqui chegarem já está tudo a arder”, exemplificou.
José Artur Gomes disse ainda que a última viatura comparticipada que a corporação teve “foi há sete anos”.
“Daí para cá nunca mais recebemos um tostão, apesar das nossas solicitações”, sublinhou.
Os bombeiros de Arouca assinalam este mês o seu trigésimo primeiro aniversário.
A instituição, fundada em 1977, lançou a primeira pedra do actual quartel em 1991.
O novo quartel, que foi construído graças à generosidade dos beneméritos e da população local, foi inaugurado a 18 de Julho de 1993, por Manuel Dias Loureiro, na altura ministro da Administração Interna.